quarta-feira, 11 de abril de 2012

Prefeita Fafá tenta acabar com carreira de professores

GREVE DA EDUCAÇÃOServidores públicos colocam cadeado na porta da Câmara MunicipalOs professores da rede municipal de ensino, em greve desde a última segunda-feira, 9, colocaram um cadeado na porta da Câmara Municipal, impedindo a entrada dos vereadores. A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM), Marilda Souza, explica que o objetivo da mobilização era tentar impedir a votação do projeto de lei com a reformulação dos pisos salariais e atualização do estatuto da categoria.
De acordo com o projeto de lei que foi encaminhado pela Prefeitura de Mossoró, os servidores da educação de nível médio foram reunidos em uma classe única, com piso salarial de R$ 1.599,39.
Para o sindicato, a Tabela Salarial do Magistério proposta pela Prefeitura acaba com a progressão de classe, o que representa a estagnação salarial dos profissionais desse nível.
Outro ponto que deixou o sindicato insatisfeito foi o fato de a tabela apresentada não observar o plano de carreira da categoria, em vigor desde 2006, que garante aos servidores de nível superior piso salarial 40% acima do piso dos servidores de nível médio.
Com base na tabela, enquanto os servidores de nível médio receberão salário de R$ 1.599,39, alguns servidores de nível superior iniciarão a carreira com salário inferior, como os profissionais da classe 1, que receberão R$ 1.443,35.
"Esse projeto de lei destrói o plano de carreira que a categoria conquistou em 2006 com a greve de 33 dias. O professor de nível médio nunca mais terá aumento, e o de nível superior começará ganhando menos que o de nível médio; isso é um absurdo", reclama.
Marilda Souza comenta que a intenção do sindicato era impedir que a votação desse projeto de lei fosse feita da mesma forma que foi aprovado o Regime de Previdência Própria, Previ Mossoró, que, segundo a presidente, foi aprovado sem qualquer diálogo com os servidores públicos.
A reportagem do DE FATO entrou em contato com o secretário de Administração e Gestão de Pessoas, Manoel Bizerra, para conversar sobre a tabela apresentada pela Prefeitura, e foi informada pelo secretário que a gerente de Educação do Município, Ieda Chaves, estava encarregada de passar todas as informações.
Mais uma vez, foi tentado contato com a gerente de Educação, mas Ieda Chaves não atendeu nenhuma das ligações.

Projeto de lei tirado da pauta de votação
O presidente da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Francisco José Júnior, recebeu uma comissão representando o sindicato e explicou que o projeto estava na pauta de votação desde a semana passada. Ele ainda condenou a atitude dos manifestantes.
"Não posso tirar o projeto da pauta sem ter um requerimento legal, não vou desrespeitar o regimento interno da Câmara", comenta.
Mesmo com as tentativas dos manifestantes de impedir sua realização, a Sessão da Câmara foi realizada. No entanto, o projeto foi retirado da pauta de votação, com a alegação de que a Prefeitura não enviou anexado ao projeto de lei o texto do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), lei que será alterada pelo projeto.
Com a decisão do Legislativo, a categoria ganhou um pouco mais de tempo para negociar com a Prefeitura os pontos do projeto que, segundo o sindicato, prejudicam os servidores.

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